quarta-feira, 30 de novembro de 2011

NOTA DE REPÚDIO AO IDA – “ÍNDICE DE DETURPAÇÃO ACADÊMICA”

Nós, estudantes da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA –, vimos por meio deste manifesto, que tem o apoio de grande parte dos acadêmicos desta Instituição, expor nossa indignação frente a situações que vivemos diariamente na universidade. Desejamos não mais do que expor à sociedade civil santarena e principalmente aos estudantes que pretendem ingressar na UFOPA a realidade prática de aplicação do novo modelo implantado que se distancia em muito do belo discurso teórico exposto na mídia pelo excelentíssimo senhor REItor Seixas Lourenço. É importante esclarecer que este ato não se resume em uma tentativa de boicote da nova universidade, não é essa nossa intenção; desejamos apenas informá-los sobre fatos problemáticos que enfrentamos em nosso cotidiano por entender que a UFOPA é uma conquista da região e que, por isso, as lacunas do modelo dizem respeito não só aos estudantes, mas a toda sociedade.
Esta nota de repúdio tem como foco principal abordar os prejuízos que advêm do sistema de seleção “inovador” implantado na UFOPA. O percurso acadêmico é totalmente dependente do IDA – índice de desempenho acadêmico – instrumento que tem como função medir a capacidade intelectual dos estudantes para que depois, internamente, estes possam se inscrever nos cursos e esperar para serem aceitos, ou não. Nós, estudantes da UFOPA, verdadeiramente, fomos jogados em uma arena na qual a cada dia somos forçados a nos digladiar para trilhar o caminho tortuoso da competição que nos foi imposta e assim alcançar o “direito” de escolher o curso que desejamos .
Um modelo de universidade que foi criado para ser definido pela concorrência interna exige critérios de organização muito maior, e nesse sentido, nós, que já somos obrigados a lidar com a pressão de disputar internamente as vagas nos cursos, ficamos ainda mais angustiados, pois a desorganização é imensa: não existem critérios definidos para as avaliações, a fórmula de cálculo do IDA é confusa e o princípio da isonomia – intrínseco a todo processo de seleção – está longe de ser respeitado na UFOPA. Desde que entramos nesta universidade somos cobaias de um sistema de seleção implantado de forma irresponsável, autoritário e totalmente fora dos padrões de qualquer processo seletivo público deste país.
Outro ponto pertinente a ser destacado é que o modelo em si exige pela sua própria natureza meritocrática, a formulação de atos administrativos que acabam por limitar ou questionar a autonomia inerente ao professor. Para facilitar a visualização do paradoxo que enfrentamos diariamente basta refletir: como garantir que as avaliações sejam equivalentes, que as turmas estejam equiparadas, que o processo seletivo interno seja isonômico sem questionar a autonomia do professor? É impossível. O próprio modelo define problemas para si e não é capaz de conter a complexidade de suas muitas limitações. A partir da reflexão proposta é fácil perceber que o sistema impõe certa fragilidade à relação professor-aluno na universidade. Muitas vezes tivemos a sensação de que nossos muitos questionamentos exigindo nossos direitos dentro do processo seletivo, por naturalmente confrontarem direta ou indiretamente a autonomia do professor, acabaram por afastar alguns dos mestres. Vê-se que as falhas do sistema delimitam cautela até para exigir o que nos é devido como estudante, cautela para que erroneamente nossos atos não acabem por transformar os professores em “inimigos” neste processo em que na verdade ambos somos vítimas.
Outro problema que requer a atenção da sociedade é a falta de democracia evidente que existe na Universidade. Os diálogos entre alunos e administração, quando ocorrem, não atendem as necessidades dos estudantes que acabam por não ter alternativa senão se resignar diante das arbitrariedades do sistema vigente. (a falta de democracia será tratada de forma mais ampla em outro momento).
Novamente queremos ressaltar que este ato não tem como objetivo boicotar a nova universidade, muito menos instigar os estudantes que pretendem ingressar na UFOPA a desistirem do sonho de estudar na Universidade Federal do Oeste do Pará. Desejamos apenas fornecer aos próximos que entrarem informações que não possuíamos quando ingressamos no início de 2011. Somos a primeira turma a estudar dentro do novo modelo acadêmico, por isso nos sentimos na obrigação de informar a sociedade à situação em que se encontra a UFOPA. O desrespeito aos direitos dos alunos é constante e a evasão é muito grande. Nossa argumentação não pretende alçar níveis de abordagem teórica que ainda não dominamos, mas se resume a abordagem pelo entendimento dos efeitos práticos negativos do processo implantado. Assim, entendemos que o processo seletivo interno baseado no IDA, se permanecer desorganizado como está, está fadado ao fracasso.
Por fim, convidamos a sociedade santarena a se juntar a nós no anseio de construir a universidade que merecemos e à luta pela construção de um modelo acadêmico de qualidade a que todos temos direito.

Este documento foi elaborado a partir da iniciativa de acadêmicos da turma do Instituto de Ciências da Sociedade do turno da tarde. A comissão que elaborou a nota também está organizando um manifesto a ser realizado no dia 2 de dezembro na orla da cidade. A pauta tratada acima e o convite ao manifesto foram estendidos e expostos a todos os alunos da UFOPA.

Comissão organizadora: Carla Ninos, Monique Lorena, Osinaldo, Rayanna Dolores, Solon Godinho e Telma Bemerguy.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Filha do ex-ditador Stalin morre aos 85 anos nos Estados Unidos

Svetlana Peters morreu em Wisconsin aos 85 anos, de câncer no cólon.Ela deixou dois filhos dos dois primeiros casamentos na ex-União Soviética.


A única filha do ex-ditador soviético Josef Stalin, Svetlana Peters, que condenou o comunismo, morreu em 22 de novembro em Wisconsin, nos Estados Unidos, informaram autoridades nesta segunda-feira (28).
Ela morreu aos 85 anos, de câncer no cólon, de acordo com Benjamin Southwick, o procurador do condado de Richland County.
Svetlana Stalin se estabeleceu em Wisconsin, no centro do país, depois de se casar com o arquiteto William Peters, um aprendiz de Frank Lloyd Wright, no início dos anos 1970. Eles viviam em Spring Green, perto de Madison, tiveram uma filha, Olga, e então se divorciaram.
Sua deserção em 1967 da União Soviética, enquanto estava na Índia, envolveu a Agência Central de Inteligência (CIA), que a ajudou a ir aos Estados Unidos, onde foi recebida por repórteres. Ela denunciou o comunismo e seu pai e suas políticas, o chamando de 'um monstro moral e espiritual'.
Josef Stalin morreu em 1953 depois de três décadas de um regime brutal e foi considerado responsável pela morte de milhões de pessoas.
Svetlana Peters escreveu dois livros best-sellers, incluindo 'Vinte Cartas a Um Amigo' que rendeu a ela cerca de um milhão de libras esterlinas, ou 1,7 milhão de dólares. Mas em uma rara entrevista em 1990 ao jornal Independent, ela disse que não tinha dinheiro e nenhuma renda de seus livros e que estava vivendo com Olga em uma casa alugada.
Ela deixou dois filhos de seus primeiros dois casamentos na ex-União Soviética. Os dois casamentos também terminaram em divórcio.
Uma documentarista, Lana Parshina, a encontrou em uma casa de repouso em Wisconsin e a entrevistou para 'Svetlana Sobre Svetlana', um filme sobre sua complicada vida que o New York Times afirmou que 'valia uma novela russa'.
Em entrevista no ano passado ao Wisconsin State Journal, ela procurou retratar um comentário no filme em que disse que se arrependeu de vir aos Estados Unidos e que desejava ter ficado em um país neutro, como a Suíça.
'Estou muito feliz aqui', ela disse. 'Onde quer que eu vá, aqui ou Suíça, ou Índia, ou qualquer lugar. Austrália. Alguma ilha. Sempre serei uma prisioneira política do nome do meu pai.'
Ela tinha 6 anos quando sua mãe se suicidou, embora para ela tenha sido dito que estava doente. Seu irmão foi morto durante a Segunda Guerra Mundial com a Alemanha, quando seu pai se recusou a trocá-lo por um general alemão, segundo o Times.
Svetlana estudou história, não artes, como queria, seguindo a direção de seu pai. Stalin enviou o primeiro amor de Svetlana, um cineasta judeu, para a Sibéria. Ela se tornou tradutora e ensinou literatura e inglês.



(*) Com informações das agências Efe e Reuters.

sábado, 26 de novembro de 2011

Filme de Beto Brant com Camila Pitanga vence festival espanhol

'Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios' foi premiado.Longa recebeu prêmio máximo do Festival de Cinema de Huelva.

G1
O filme "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios" recebeu o Cólon de Ouro, prêmio máximo do 37º Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva (Espanha).
A produção, dirigida por Beto Brant e Renato Ciasca, narra a história de um triângulo amoroso que envolve Cauby, um fotógrafo que passa pela floresta amazônica, uma mulher chamada Lavínia e seu marido, o pastor Ernani, que acredita ser possível salvar o mundo.
Este é o mais recente trabalho conjunto de Brant e Ciasca, que desde 1984 colaboram em vários projetos, sempre dirigidos por Beto e produzidos por Renato, como "Ação entre amigos" (1998), exibido no Festival de Veneza; e "O invasor" (2001), escolhido Melhor Filme Latino-Americano no Festival de Sundance.
Também realizaram juntos "Crime delicado" (2006), vencedor de vários prêmios internacionais de cinema. A última colaboração entre os dois é uma adaptação do livro homônimo de Marçal Aquino.
Na leitura do prêmio, o presidente do júri, Fernando Delgado, destacou que o troféu foi entregue por escolha da maioria, e está justificado "pelo olhar pessoal com que se conta esta história de amor e destruição no grande cenário do Amazonas".

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fincher não espera prêmios para 'Os homens que não amavam mulheres'

Cineasta lança em dezembro adaptação do 1º livro da série Millennium.'Trouxemos uma sensibilidade diferente', disse o diretor de 'A rede social'.

G1


Há exatamente um ano, a temporada de filmes do fim de 2010 foi dominada pelo cineasta David Fincher, com o seu "A rede social" conquistando cinéfilos, críticos e premiações.
Vinte e cinco dias após concluir aquele filme, o diretor se viu na Suécia, filmando "Os homens que não amavam as mulheres", adaptação para o inglês do primeiro livro da série popular Millennium, do autor sueco Steig Larsson. A série de suspense trata de histórias de vingança de violência sexual contra mulheres.
A versão de Fincher traz Rooney Mara como a jovem hacker que ajuda um jornalista (Daniel Craig) em um caso de uma mulher desaparecida. O filme estreia nos Estados Unidos em 21 de dezembro, mas já atrai grande interesse dos fãs.


O cineasta conversou com a Reuters sobre seu filme e disse acreditar que vai esperar sentado na temporada de premiações de Hollywood este ano. Ele explicou a diferença entre sua versão e o filme original sueco. "Eu respeito totalmente o que foi feito antes do nosso começo", contou. "Mas acho que trouxemos uma sensibilidade diferente, uma forma de contar diferente. Estamos contando partes da história que foram cortadas por questão de duração ou orçamento no passado. Há muita história por trás e boa parte disso está canalizada em outros lugares na versão sueca."

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tânia Vinhas
Superinteressante



A banda The Strokes lançou o álbum Is This It? há dez anos com um intuito meio megalomaníaco: “salvar o rock“. Bem, sabemos que o rock atual continua em situação crítica, mas sempre dá para selecionar algumas boas bandas por aí – e foi assim que surgiu o Is This Indie.
Elaborado pelo pessoal do site Rock’n'Beats, o projeto faz uma releitura do clássico do The Strokes com a ajuda de 14 bandas brasileiras do cenário independente. Tudo muito criativo, tudo muito diferente (o Brasil é rico em diversidade musical, não dá para negar) e tudo bem empenhado para mostrar que o quinteto ajudou a construir a identidade de muitos grupos por aí.
Dá para ouvir a coletânea completa por streaming na página do Rock ‘n’ Beats no Facebook. O álbum completo deve ser disponibilizado para download em primeira-mão para quem for à festa de lançamento do álbum, que acontecerá amanhã no Beco 203, em São Paulo, na véspera da apresentação da banda no Brasil em um festival de música.
E quem perder a oportunidade de ir ao evento não precisa chorar – é só ter um pouco de paciência, pois o site garante que em breve o download estará disponível no próprio site. Quer ter uma ideia do trabalho?

Confira a tracklist completa e a lista de bandas que participam do tributo:
“Is This It” – Volver (Pernambuco) /
“The Modern Age” – Vivendo do Ócio (Bahia) / “Soma” – João e Os Poetas de Cabelo Solto (São Paulo) / “Barely Legal” – Cícero (Rio de Janeiro) / “Someday” – Sabonetes (Paraná) / “Alone, Together” – Pública (Rio Grande do Sul) / “Last Nite” – Vespas Mandarinas (São Paulo) / “Hard to Explain” – Volantes (Rio Grande do Sul) / “New York City Cops” – R Sigma (Rio de Janeiro) / “Trying Your Luck” – Suéteres (São Paulo) / “Take It or Leave It” – Charme Chulo (Paraná) / “When It Started” – Jennifer Lo-Fi (São Paulo)


Bônus Tracks:
Rosa (Last Nite) – Banda Uó (Goiás) / Sagganuts – Visitantes (São Paulo)

Mona Lisa era banguela

Thiago Perin
Superinteressante


Muito já se falou sobre o misterioso sorriso da Mona Lisa, mas, se o pessoal da Escola de Odontologia da Universidade de Georgetown (EUA) estiver certo, parece que a moça da obra de Leonardo Da Vinci não tinha muitos motivos para sorrir.
“Acreditamos que a Mona Lisa não está sorrindo; ela tem a expressão comum a pessoas que perderam os dentes da frente“, aponta o estudo.
Segundo os pesquisadores, quem olha com cuidado percebe uma cicatriz na região dos lábios da moça, que, eles acreditam, teria sido causada por um golpe violento na boca. “A marca abaixo do lábio inferior é similar à criada quando, como resultado do uso de força bruta, as bordas incisais dos dentes causam feridas penetrantes no rosto”.
Vítima de violência doméstica, talvez? Pobre Mona Lisa.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Extinção da megafauna foi causada por conjunto de fatores, diz estudo

Pesquisa afirma que Era do Gelo sozinha não explica evento.
Caça também não seria suficiente para explicar desaparecimento.


G1


As extinções em massa dos animais gigantes que viviam na Terra durante a Era do Gelo não têm apenas uma causa, mas um grande e complexo conjunto de causas, afirma um estudo que envolveu mais de 40 instituições, publicado na edição desta quinta-feira (3) da revista Nature.
A razão do desaparecimento de grandes espécies como o mamute e o rinoceronte lanudo durante a Era do Gelo é um dos mistérios da paleontologia. Explicações diferentes foram propostas: desde as mudanças climáticas até o excesso de caça.
A pesquisa publicada agora, no entanto, afirma que nenhum desses fatores sozinhos é suficiente para explicar o tamanho da devastação, que matou um terço das espécies de mamíferos da Eurásia e dois terços da América do Norte.
Para estudar a extinção da chamada “megafauna”, os cientistas tiveram que se reunir em um “megaestudo”. O pesquisador Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, liderou um grupo de mais de 50 cientistas de 40 universidades no maior trabalho do tipo já realizado.
A equipe estudou os dados climáticos, o DNA das espécies e registros arqueológicos e descobriu que cada um desses dados explica uma extinção diferente.
Por exemplo, o bisão siberiano e o cavalo selvagem foram extintos provavelmente pela caça de seres humanos. No entanto, o desaparecimento do rinoceronte-lanudo e do boi-almiscarado na Eurásia não parecem ter tido a ver com a presença humana – o clima seria o único culpado ali.
E enquanto as renas não parecem ter sido afetadas nem por clima nem por ação humana, o fim dos mamutes segue um mistério a ser desvendado.
De acordo com Willerslev, o trabalho acaba com a ideia de que apenas uma coisa é responsável por cada uma das diversas extinções da megafauna.

Qual a origem da comemoração do Halloween?

por Cíntia Cristina da Silva
Superinteressante

Uma versão ancestral da festa - que por aqui também é conhecida como Dia das Bruxas - provavelmente surgiu na Europa, centenas de anos antes de Cristo. Originalmente, o Halloween era um ritual dos celtas, um povo que habitou a Grã-Bretanha e a França entre o ano 2000 e o ano 100 antes da era cristã. Para eles, a noite de 31 de outubro, data da comemoração até hoje, indicava o início do Samhain, uma importante celebração que marcava três fatos: o fim da colheita, o Ano-Novo celta e também o início do inverno, "a estação da escuridão e do frio", um período associado aos mortos. "No Halloween, segundo a mitologia desse povo, era possível entrar em contato com o mundo dos desencarnados", diz a historiadora Clare Downham, da Escola de Estudos Celtas, na Irlanda. Como se pregava que esse contato libertava todo tipo de espírito, as pessoas acreditavam que, durante aquela noite, fantasmas, demônios e fadas ficavam à solta.

Para representar esse caos sobrenatural, os celtas se fantasiavam com peles e cabeças de animais abatidos para o inverno. A crença nos espíritos também despertou outros costumes típicos da festa, como o uso de leite e comida (hoje substituídos por doces) para acalmar os visitantes do além. Outras tradições, porém, foram deixadas de lado, como o hábito de acender fogueiras para espantar os espíritos. Bem depois, no século 9, a festa foi influenciada pela expansão do cristianismo na Grã-Bretanha. Na tentativa de acabar com os festejos pagãos, o papa Gregório III consagrou o dia 1º de novembro para a celebração de Todos os Santos. Surgiu daí a própria palavra halloween, originada de all hallows eve, que em português quer dizer "véspera do dia de Todos os Santos". Finalmente, no século 20, o Halloween juntou ao seu caldeirão de influências a força da cultura dos filmes de terror, que hoje dão o tom da celebração tanto na Grã-Bretanha como nos Estados Unidos.

Terror modernizado
Festa atual guarda poucas semelhanças com os rituais celtas que a inspiraram

NABO QUE VIROU ABÓBORA
O símbolo mais conhecido da festa, a cara assustadora esculpida em abóboras, representa uma antiga lenda celta: Jack, um homem mesquinho condenado a vagar pela eternidade, pediu uma brasa ao capeta e a colocou dentro de um nabo para iluminar seu caminho. Com a imigração irlandesa para os Estados Unidos no século 19, o vegetal foi trocado. Como o nabo era difícil de ser encontrado na América, ele foi substituído pela abóbora acesa com uma vela, que ganhou o nome de Jack da Lanterna.


CHAMA RENOVADORA
Na Antiguidade, o fogo era o elemento mais importante do Halloween, que coincidia com o Ano-Novo dos celtas. Na noite da celebração, em 31 de outubro, os druidas, sacerdotes desse povo, acendiam fogueiras para simbolizar a renovação das esperanças para o ano seguinte. No topo das montanhas, o fogo também servia para espantar os espíritos. Algumas festas mantêm tochas até hoje, mas apenas para decoração.


CHANTAGEM ANCESTRAL
Segundo a crença celta, o caos reinava na noite do Halloween. Para acalmar os espíritos despertados, era comum deixar leite e comida na porta de casa. A moda pegou nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, onde até hoje as crianças saem fantasiadas para pedir doces — quando não são atendidas, ameaçam pregar um susto, como fariam os espíritos. A senha é a famosa expressão ("travessura ou gostosura"), provavelmente usada pela primeira vez na década de 30.


BRUXAS DO BEM
Outra presença inconfundível no Halloween são as bruxas, mulheres de aparência assustadora que usam a magia para fazer o mal. Essa descrição negativa, entretanto, surge só no século 9, com a influência do cristianismo na comemoração. Para os celtas, as bruxas eram apenas mulheres que conheciam poderes terapêuticos de plantas e ervas. Elas faziam parte da comunidade e podiam participar normalmente das celebrações.


MONSTROS HOLLYWOODIANOS
O costume de se fantasiar também surgiu com os celtas, que na época vestiam-se para a festa usando a cabeça e a pele de animais abatidos antes do início do inverno. Atualmente, a fauna monstruosa se modificou bastante, principalmente pela influência das produções de Hollywood. Vampiros, múmias, lobisomens e outros personagens do cinema são presenças garantidas em qualquer Halloween.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ideia Verde

Conheça o programa que constrói cisternas no semiárido brasileiro


Lydia Cintra
Superinteressante


Possibilitar uma nova relação das populações que vivem nas regiões do semiárido brasileiro com a água, partindo do princípio que ela que não deve ser considerada “um bem de consumo, mas um direito básico”: esta é a motivação do Programa Um Milhão de Cisternas, que começou 2003 e já beneficiou mais de 1,5 milhões de pessoas.
Para mudar a situação de quem convive com a falta de água e muitas vezes tem que andar quilômetros para encher um balde, o programa da ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) constrói nas casas da região uma cisterna capaz de armazenar água da chuva para abastecer os moradores nos períodos de seca.


A Articulação no Semi-Árido Brasileiro é uma rede formada por cerca de 750 organizações da sociedade civil que desenvolvem políticas de convivência com a região semiárida. A ASA afirma que o P1MC, como é conhecido o Programa Um Milhão de Cisternas, também tem funcionado como “instrumento para fortalecer a autoestima e a cidadania da população”. A região do semiárido abrange 1.133 municípios em nove estados e abriga cerca de 22 milhões de pessoas, segundo o IBGE.
Apesar de ter muito trabalho pela frente, os números mostram bons resultados. Até 31 de julho deste ano, a contagem estava 351.140 estruturas instaladas. O objetivo final é beneficiar 5 milhões de pessoas com água potável, com a construção de um milhão de cisternas que, juntas, formam uma rede descentralizada de abastecimento (já que muitas casas nem chegam a ser abastecidas) com capacidade para 16 bilhões de litros de água.
As famílias beneficiadas devem ter residência permanente na zona rural, sem acesso ao sistema público de abastecimento de água e com renda de até meio salário mínimo por membro da família. Casas que tem crianças com até 6 anos, crianças e adolescentes que frequentam a escola, pessoas acima de 65 anos e portadores de necessidades especiais têm prioridade.


O que são cisternas?
São estruturas de formato cilíndrico, cobertas e enterradas pela metade, com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água (suficiente para que uma família de 5 pessoas beba e cozinhe por um período de 6 a 8 meses). Com uma tecnologia de baixo custo, permite a captação da chuva por uma calha no telhado da casa, por onde escorre a água. Os moradores retiram a água da cisterna por meio de uma bomba de repuxo manual. O vídeo abaixo, produzido pela ASA, mostra como é o processo de construção das cisternas:
O P1MC já conquistou reconhecimentos como o Prêmio Direitos Humanos 2010, na categoria Enfrentamento à Pobreza, concedido pela Presidência da República, e o Prêmio Sementes, da Organização das Nações Unidas (ONU).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Selton Mello presta homenagem a ídolos em história que retrata o universo do circo.

Em tempos de salas de cinema IMAX, efeitos especiais vertiginosos e projeções em 3D, um tradicional circo, com todo o universo lúdico que o compõe, terá sua tenda armada nas telas do país nesta sexta-feira (28). Ator e diretor de "O palhaço", que também traz no elenco Paulo José, Larissa Manoela e Teuda Bara, entre outros, Selton Mello ressalta justamente este contraste.
"É uma época de filmes muito tecnológicos. 'O palhaço' é um filme analógico", brinca o ator, explicando sua tese. "São tantos efeitos visuais, truques e criaturas criadas por computador no cinema de hoje que acho que as crianças vão acabar estranhando os personagens do Circo Esperança. esses personagens parecem seres de outro planeta, porque elas nem imaginam que existe esse mundo do circo", observa o cineasta, sobre seu segundo longa na direção.
Selton e Paulo José interpretam a dupla de palhaços Pangaré e Puro-Sangue, na verdade Benjamim e Valdemar, a principal atração do Circo Esperança. Apesar de levar o público às gargalhadas, Benjamim entra em crise e sai em busca de sua própria identidade, cruzando com as mais insólitas figuras pelo caminho.
Se em "Feliz Natal" (2008), sua primeira experiência como cineasta, optou por contar uma trama baseada num drama familiar denso, desta vez Selton buscou um caminho mais leve e uma narrativa mais autoral.
"No caso de um primeiro filme, você fica muito assoberbado pelas suas referências e acaba sendo mais explícito neste aspecto. Desta vez, me senti mais livre para fazer algo com a minha pegada, no meu tempo e do meu jeito. Este segundo filme tem mais a minha alma", ressaltou o ator, reconhecendo os Trapalhões e os diretores Federico Fellini e Ettore Scola como alguns dos pilares estéticos do novo trabalho.
"O palhaço" também conta com participações insólitas de três artistas presentes na memória afetiva do diretor: Ferrugem, Jorge Loredo e Moacyr Fraco, este último premiado como melhor ator coadjuvate no Festval de Cinema de Paulínia este ano — o filme também foi eleito melhor direção, roteiro e figurino. Segundo Selton, iterpretando personagens cômicos importantes para parte da história passada fora do circo.
"Quando Benjamim segue em direção da cidade de Passos, que é um centro urbano, tive medo do filme afundar. Era um perigo que eu corria. O fato de eu ter escalado Ferrugem, Loredo e Moacyr para esse núcleo da cidade mantém o caráter circense do filme. Porque eles são espécies de palhaços ou arquétipos disso. Além disso, são referências para mim. Quis homenageá-los", comenta.

Esquizofrenia
E sobre a experiência de acumular funções numa mesma produção? "Para quem olha de longe, atuar e dirigir é quase como encarnar meu personagem no filme 'Mulher invisível, onde contraceno com o nada e falo com alguém que não existe. É meio esquizofrênico, um jogo maluco, mas muito natural", afirma Selton, que também assina o roteiro do filme em parceria com Marcelo Vindicatto.
Entre tantos personagens representando a trupe cigana do Circo Esperança, o carinho por um em especial: a pequena Guilhermina, interpretada pela atriz Larissa Manoela.
"De uma certa forma, estou ali. Ela sou eu há 30 anos, uma criança que também perambulava pelo set de filmagem, sonhava com aquilo e tinha vontade de crescer como artista".