Lydia Cintra
Por Ana Carolina Amaral*
COLABORAÇÃO PARA A
SUPERINTERESSANTE
Na
próxima semana, o Rio de Janeiro recebe a mais importante conferência sobre
desenvolvimento sustentável na agenda mundial – a Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho.
Por que os olhos do mundo já estão voltados para o Brasil?
Se você está cansado de ouvir falar das
reuniões internacionais pelo desenvolvimento sustentável – aquelas que deveriam
dar outro rumo para o planeta, mas sempre terminam sem acordos significativos – saiba
que não está sozinho. Os líderes dos países-membros da ONU
também não estão muito a fim de viajar todo ano até uma conferência que poderia
ser decisiva para voltar de mãos abanando – ainda mais em ano de eleições nos
Estados Unidos e crise econômica pela Europa.
Antes de conhecer o jogo, acalme suas
expectativas: da Rio+20 não devem sair compromissos obrigatórios, mas uma
receita de como
tirar do papel os acordos ambientais assinados até agora
e, claro, como governar esse mundão de recursos limitados.
Isso é o que se chama governança ambiental nas
reuniões preparatórias da Rio+20: busca-se um novo método de articulação entre
a ONU e os países para darmos conta de administrar o planeta,
distribuindo igualmente dos recursos
essenciais e respeitando os limites naturais.
Ninguém sabe muito bem o conteúdo dessa receita, mas ela é o coração da
Conferência e o que pode nos tirar dessa mesmice ambiental.
Também está na roda a governança do desenvolvimento
sustentável. Esse “nomão” todo quer dizer que as bases da
sustentabilidade (social, econômica e ambiental) deveriam marcar presença em
tudo quanto é acordo da ONU, seja lá de economia, saúde ou solução de conflitos
armados.
Para esse item há propostas mais claras
que no anterior, como promover o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente) ao cargo de agência
especializada - em vez de mero “programa”. Sim, porque do
jeito que está hoje, o Pnuma é um coitado: não tem verba, autonomia e nem
poderes como os das agências de alimentação (FAO), comércio (OMC), educação
(Unesco) ou saúde (OMS). A partir desse fato, há mais de uma dúzia de propostas
sobre como dar mais poder ao tema ambiental dentro da ONU.
A Economia Verde também será debatida
pelos 102 chefes de Estado que já reservaram seus hoteis no Rio de Janeiro (que
vai lotar, mas quem sabe continuará lindo). O desafio aqui é criar uma economia
com mais inclusão
social e menos
impactos ambientais. A ideia é muito criticada pela sociedade
civil organizada, pois segundo muitas ONGs, o caminho para resolver as coisas
não seria econômico. Por outro lado, as mudanças ainda não aconteceram
justamente por culpa dela: a bendita da economia. Ainda é suja, de alto carbono
e extremamente desigual. E
aí, o que você acha? Do que o mundo precisa?
Calma, calma! Não precisa se sentir
pequenininho no meio dessas questões tão difíceis e globais. É pensando junto
que a gente chega lá. E você tem alguns meios de fazer parte disso também: por
um debate que será lido aos chefes de Estado, com uma foto ou mensagem levada para a campanha da ONU ou mesmo fazendo parte da Cúpula dos Povos.
Mais de 50 mil pessoas, 10 mil delas
acampadas, devem pressionar os líderes e se manifestar ao vivo durante a
Rio+20. Afinal, só quem não precisa de ar e água pra
viver pode ficar de fora dessa briga.
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