O deputado federal
Moreira Mendes (PSD-RO), relator do Projeto de Lei Complementar 227/2012 na
Comissão de Agricultura da Câmara,subiu à tribuna no último dia
17 de julho para criticar aqueles a quem denominou de “agourentos de plantão”.
Mendes afirmou que recebera críticas por meio de redes sociais contra o
projeto.
Na tarde
da última terça-feira (16 de julho), um tuitaço com o assunto #GolpePLP227Não
chegou ao segundo lugar entre os assuntos mais comentados na rede social em
todo o mundo. O deputado, que participa do twitter com o perfil @moreiramendes55, foi
extremamente criticado por defender o projeto que ameaça os direitos
territoriais dos indígenas.
Saiba mais
sobre o PLP 227/2012 AQUI.
Em seu
discurso, Mendes atribuiu à manifestação à pessoas que desconhecem o assunto e
a “agourentos de plantão”. “Os comentários feitos nas redes sociais estão
completamente desprovidos de conteúdo. Esses ongueiros, essa quadrilha de
antropólogos, como já foram denunciados inúmeras vezes por aí, não têm
interesse nenhum em regularizar a terra indígena. Querem, na verdade, usar o
índio como massa de manobra para os seus interesses escusos”, disse o deputado
que afirmou ainda que as críticas não passam de “abobrinhas”.
Além do
pronunciamento em plenário, a assessoria de imprensa do deputado produziu uma matéria na página do
parlamentar repercutindo o assunto.
“Nós da
bancada ruralista defendemos sim as comunidades indígenas. Os conflitos estão
sendo gerados por conta dessa irracionalidade de algumas pessoas da Funai, que
é permeada por esse ranço ideológico, vencido e ultrapassado que não existe
mais”, disse o deputado em fala destacada pela matéria.
Trabalho
degradante
Além de
repercutir o tuitaço contra o PLP 227, Mendes criticou o artigo do professor
Vladimir Safatle, publicado no jornal Folha de São Paulo, edição de 16/07, no
qual aponta a revolta de operários da usina hidrelétrica de Jirau ocorrida em
2011 como um ensaio geral para as manifestações de junho que tomaram conta do
país. No artigo, o professor da USP aponta as “condições degradantes de
trabalho” como causa daquela revolta.
Mas,
segundo o parlamentar, trata-se de um exemplo inadequado e inaceitável.
“Quero
lembrar que duas das três maiores obras em construção no País estão em
Rondônia: hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau. Perdoe-me o Sr. Vladimir,
mas o senhor não conhece a realidade. Lá não há e nunca houve nada de trabalho
degradante, ao contrário, os trabalhadores dessas duas grandes obras
seguramente são os mais bem pagos do setor no País, e os que têm as melhores
condições de trabalho, a ponto de terem, todos eles, dormitório até com
ar-condicionado”, afirmou o deputado.
Folha corrida
Em 13 de dezembro de 2012, o deputado Moreira Mendes foi condenado por improbidade administrativa por desvio de recursos do Poder Legislativo Estadual.
Para o Tribunal de Justiça de Rondônia, a ausência de observância de
procedimentos legais na contratação e as ilegalidades cometidas no fornecimento
de passagens aéreas (cancelamento de passagens pagas e reembolso ao titular do
bilhete; venda de bilhetes em duplicidade; divergência de valores na emissão do
bilhetes e das faturas; cobrança de passagens sem emissão de bilhetes) são atos
suficientes para configurarem atos de improbidade na forma prevista na Lei n.
8.429/92.
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