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enviadas no dia 03 de agosto de 2013, de Jacareacanga, no Sudoeste do
Pará, relatam cenas de intimidação de ativistas por parte do poder
público e de não indígenas. Os fatos ocorreram durante a reunião da
Associação Indígena Munduruku do Alto Tapajós (Pusuru) e foram uma
constante contra ativistas ambientais e dos movimentos sociais que
participam do evento a convite da Pusuru.
Um indicativo da
demonstração de poder se deu logo na entrada da reunião quando policiais
do Batalhão Tático da Tropa de Choque da Polícia Militar chegaram
armados no Ginásio Poliesportivo, local onde ocorre a reunião. A
justificativa da presença e da participação dos policiais no evento era
justamente a garantia da segurança e a promoção do diálogo entre
indígenas e o poder público.
Em um primeiro
momento, o representante do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR) foi
cercado por quatro policiais, sendo um delegado da polícia civil e três
soldados do Tático que disseram: “Não vamos permitir que você abra as
suas faixas lá dentro no ginásio”. A atitude vai de encontro à liberdade
de expressão, direito previsto na Constituição, e ao mandato da própria
PM, pois não houve qualquer tentativa de incitação à ordem pública.
Em outro momento,
faixas que tinham sido colocadas no ginásio por uma liderança Munduruku
foram arrancadas à faca por policiais do mesmo batalhão Tático. Segundo
uma fonte, a ordem foi dada pelo prefeito de Jacareacanga que no começo
da reunião apontou que não permitiria faixas ou qualquer manifestação do
movimento social. Contudo, os membros do movimento social foram
convidados pela própria Associação a participar da reunião.
Em outra ocasião, o
prefeito de Jacareacanga, Raulien Queiroz e quatro policiais militares
pararam em via pública dois pesquisadores que estão na região.
Trabalhando com comunidades ribeirinhas no Tapajós, a um dos
pesquisadores foi pedida sua máquina fotográfica. Como ele se negou a
entregar o equipamento, os policiais pediram para ver as fotos tiradas
na reunião, e obrigou o mesmo pesquisador a apagá-las imediatamente, na
presença deles.
Outra ativista que
estava assistindo e registrando da arquibancada a reunião foi ameaçada por
um assessor do prefeito, que também tentou tomar sua máquina
fotográfica. Ao final destes acontecimentos, duas perguntas importantes
ficam neste momento em que a liberdade de manifestação política pacífica
e expressiva país afora está tão em voga:
1) Por que o poder
público e a polícia temem que as imagens do evento circulem?
2) Onde está o
direito à liberdade de expressão não só dos ativistas,
mas de qualquer cidadão?
mas de qualquer cidadão?
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