Nós, Munduruku, Xipaya, Arara e Kayapó, ocupamos a Funai. Vocês vão
entender porquê.
Chegamos em Brasília na terça-feira passada
(04), e estamos aguentando a violência toda de vocês desde então.
Reunimos com o ministro Gilberto Carvalho no dia em que chegamos. Ele nos chamou de mentirosos (em outras palavras), se recusou a assinar o recebimento dos nossos documentos, disse que não somos nós que escrevemos nossas cartas.
Quando a reunião acabou, Gilberto Carvalho disse no Jornal Nacional: “ouvimos longamente a fala [de nós indígenas], as críticas, mas fomos absolutamente claros com eles, dizendo que o governo não vai abrir mão de seus projetos”. Então, entendemos o recado do governo.
Reunimos com o ministro Gilberto Carvalho no dia em que chegamos. Ele nos chamou de mentirosos (em outras palavras), se recusou a assinar o recebimento dos nossos documentos, disse que não somos nós que escrevemos nossas cartas.
Quando a reunião acabou, Gilberto Carvalho disse no Jornal Nacional: “ouvimos longamente a fala [de nós indígenas], as críticas, mas fomos absolutamente claros com eles, dizendo que o governo não vai abrir mão de seus projetos”. Então, entendemos o recado do governo.
Dois dias depois, Paulo Maldos deu entrevista à
Rádio Nacional da Amazônia: “consulta não é sim ou não”. Também entendemos esse
recado.
Entendemos que o governo está dizendo: ”nós
vamos construir as hidrelétricas nas terras de vocês, não importa o que vocês
digam. E mesmo que vocês sejam consultados, nós não vamos considerar a opinião
de vocês”.
Então, nós ocupamos a Funai ontem,
segunda-feira, porque o governo não nos recebeu, pela segunda vez. E mesmo
quando nos recebeu, nos chamou de mentirosos e tentou mentir para nós, nos
dividir. E ainda disse que construiria todas as hidrelétricas nas nossas terras
de qualquer jeito. Estamos aqui na Funai agora, mas nossa luta não pára aqui.
Nossa reunião no dia 03 de junho terminou sem
acordo. Depois dela, vocês nunca mais quiseram nos receber, então, parece que
infelizmente vamos voltar para nossas casas sem resposta nenhuma. Porque nós
viemos exigir paz, e o governo tem declarado guerra. Mesmo sorrindo. Nós não
gostamos disso.
Brasília, 11 de junho de 2013
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