A situação é grave na Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os indígenas que ocupam pelo terceiro dia e pela segunda vez no mês o principal canteiro da barragem temem que uma tragédia de grandes proporções aconteça, com a autorização judicial da entrada da polícia para efetuar o despejo. Para eles, o governo está ameaçando repetir o confronto ocorrido na aldeia Teles Pires em novembro do ano passado, onde a Polícia Federal assassinou um indígena Munduruku e deixou dezenas de outros feridos.
Em
coletiva à imprensa, Candido Waro declarou que os indígenas ocupados não irão
cumprir a reintegração de posse. “Nós não vamos sair. Nós vamos morrer aqui, o
governo vai matar todo mundo”, afirmou a liderança munduruku em coletiva à
imprensa. O indígena reafirmou que o governo não tem cumprido com as exigências
constitucionais no processo de consulta.
“O
governo está preparando uma tragédia”, afirma Paygomuyatpu Munduruku. “Nós não
vamos sair daqui. O governo tem nos ignorado, ofendido, humilhado,
assassinado”. Para ele, está claro que o governo está tentando sufocar o
movimento. “Ele já matou uma vez e vai matar de novo. Eles mataram porque nós
somos contra as barragens”, explica. Os indígenas se mostraram “ofendidos” com
a declaração do ministro Gilberto Carvalho à rede Globo de que ele não teria
sido “comunicado oficialmente” sobre a vontade dos Munduruku de se reunirem com
o governo federal.
Violência
policial
Além
da pressão do governo federal, os indígenas têm sofrido diariamente ameaças e
intimidações dos policiais que residem no canteiro de obras, e daqueles que
estão cercando o empreendimento. O vídeo abaixo, registrado por um indígena
dentro da ocupação, mostra um policial intimidando e ameaçando os
manifestantes, ao apontar armas e dizer que vai “quebrar” um indígena.
Para
o grupo que ocupa o canteiro, a única saída é que o governo federal, na figura
do ministro Gilberto Carvalho ou da presidente Dilma Rousseff, vão ao canteiro
e se comprometam a cumprir a pauta dos indígenas. Eles exigem a suspensão de
todos os estudos e obras de barragens que afetem seus territórios até que sejam
consultados como previsto por lei.
Fonte:
Movimento Xingu Vivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário