domingo, 9 de agosto de 2009

Estrela precoce, Dakota Fanning tenta manter os pés no chão em Hollywood

Atriz de 15 anos protagoniza o drama ‘A vida secreta das abelhas’.Em entrevista ao G1, loirinha fala sobre fama e bastidores de filmagens.



Ela cresceu nas telas do cinema. Com apenas seis anos, Dakota Fanning provou ser uma atriz de talento nato logo na estreia, ao interpretar a filha de um deficiente mental vivido por Sean Penn no drama “Uma lição de amor”. Agora, com 15 e currículo de veterana – são mais de 20 longas – a loirinha protagoniza “A vida secreta das abelhas”, adaptação do best seller homônimo da autora Sue Monk Kidd.


Na produção dirigida por Gina Prince-Bythewood, Dakota dá vida à personagem Lily Owens, uma jovem que acidentalmente mata a mãe na infância, vive atormentada pela culpa e ainda sofre maus tratos de um pai rancoroso, interpretado por Paul Bettany. Um dia resolve fugir de casa e encontra o afeto que nunca teve ao ser acolhida por uma família negra. Passada nos anos 60, em uma cidade da Carolina do Sul, o filme mostra o preconceito que uma garota branca sofre por se relacionar com negros.


Em especial com o personagem Zack (Tristan Wilds), por quem se apaixona. Não foi a primeira vez que Dakota, que acaba de entrar na adolescência, beija em um filme. Mas a cena de amor de “A vida secreta das abelhas” teve um sabor especial. “Com certeza foi o beijo mais íntimo e romântico que dei no cinema, em função do relacionamento entre os personagens”, analisa.


Diferente das estrelas precoces, que acabam virando alvo de paparazzi por causa de arroubos juvenis, Dakota diz ter “os pés no chão.” “Acho que tem muito a ver com a maneira pela qual meus pais me educaram, de ser verdadeira comigo mesma e nunca mudar quem sou”, diz, com ar comportado.


Em conversa com o G1, em Los Angeles, a loirinha fala sobre carreira, fama e os bastidores das filmagens de “A vida secreta das abelhas”, que entrou em cartaz na sexta-feira (7), nos cinemas brasileiros.


G1– Atores que ganharam fama cedo como você, vez ou outra se metem em confusão e viram alvo de paparazzi. O que você faz para não cair nas armadilhas de Hollywood?

Dakota Fanning – Estou consciente do que acontece com alguns atores da minha idade, mas não acho que cairia nestas mesmas armadilhas. Tenho uma família e amigos fantásticos, um ótimo agente e realmente o que mais amo é atuar. Procuro manter um equilíbrio. Acho que tem muito a ver com a maneira pela qual meus pais me educaram, de ser verdadeira comigo mesma e nunca mudar quem sou, manter sempre os pés no chão. Tento não me preocupar muito com a fama e não sonhar muito com o futuro. Eu vivo no presente.


G1- Como foi filmar a cena do beijo com Tristan Wilds?

Dakota – Não foi tão estranho assim, pois fizemos esta cena mais no final das filmagens e até lá Tristan e eu já nos conhecíamos bem. Ele é um doce de pessoa. Além do que, esse não foi meu primeiro beijo em filme [risos]. Mas com certeza foi o beijo mais íntimo e romântico que dei no cinema, em função do relacionamento entre os personagens.


G1- Qual seu critério ao escolher um papel?

Dakota – Tenho que me sentir atraída pela personagem e, de preferência, que seja algo diferente dos meus papéis anteriores. Li o livro “A vida secreta das abelhas” há cinco anos, quando fui contratada para fazer o filme. Mas produção ainda não estava pronta para seguir adiante. Foi ótimo, porque assim deu tempo de eu crescer mais um pouquinho [risos]. Fiquei muito atraída pelo fato de ser uma historia que se passa no sul dos Estados Unidos, onde nasci. Consigo me identificar com vários aspectos do livro e do roteiro.

G1- Antes de começar as filmagens a diretora armou uma situação em que os atores te tratariam bem e nem tanto a Jennifer Hudson, para vocês sentirem na pele a discriminação racial que existia nos anos 60. Como foi essa experiência?

Dakota – Antes de começarem as filmagens, Gina queria criar a situação de discriminação racial quando entrássemos juntas em uma farmácia para colocar a gente no clima. Disse que seria feito de uma maneira respeitosa, mas mesmo assim deu para perceber como nossas vidas teriam sido diferentes se vivêssemos na Carolina do Sul, em 1964. Acho que foi uma excelente ideia, nos ajudou muito.


G1- Durante sua preparação para o papel, você chegou a entrevistar ou conhecer crianças vítimas de abuso?

Dakota – Conheci crianças que sofreram abuso no passado, antes de me preparar para o papel. Durante minhas cenas com Paul Bettany, achei que era especialmente importante para o meu personagem mostrar que ela não se sentia amada pelo pai. Foi um desafio filmar algumas dessas cenas. O Paul era assustador no papel, mas na vida real ele é um doce de pessoa.


G1- Como foi a experiência de lidar com milhares de abelhas em cena? Você foi picada durante as filmagens?

Dakota – Nenhuma vez. Dei sorte, pois Lily era aprendiz de apicultora, portanto ela sempre estava totalmente protegida com o macacão, as luvas e a tela protetora na cabeça. Mas aprendi bastante sobre elas. É impressionante quando você tira a tampa da colméia e encontra 600, 800 mil abelhas... É divertido tentar encontrar a rainha. Eu não tinha a menor ideia e imagino que a maioria das pessoas também não, de como as abelhas trabalham duro, em conjunto com uma finalidade em comum. Acho um excelente paralelo com o filme, onde as pessoas estão divididas em diferentes raças e na colméia, as abelhas trabalham unidas por uma mesma causa.


G1- A vida de Lily tem várias reviravoltas. Você consegue ver algum paralelo em relação a sua própria vida?

Dakota - Acho que a minha passou por grandes mudanças quando comecei a atuar. Tive uma grande oportunidade com apenas 6 anos, quando fiz “Uma lição de amor”. Minha vida seria bem diferente se não tivesse feito esse filme. Sinto-me abençoada pelas oportunidades que tive na infância, que me deram a chance de ingressar em uma vida tão diferente e desde cedo saber o que queria.

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