Conheça o programa que constrói cisternas no semiárido brasileiro
Lydia Cintra
Superinteressante
Superinteressante
Possibilitar uma nova relação das populações que vivem nas regiões do semiárido brasileiro com a água, partindo do princípio que ela que não deve ser considerada “um bem de consumo, mas um direito básico”: esta é a motivação do Programa Um Milhão de Cisternas, que começou 2003 e já beneficiou mais de 1,5 milhões de pessoas.
Para mudar a situação de quem convive com a falta de água e muitas vezes tem que andar quilômetros para encher um balde, o programa da ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) constrói nas casas da região uma cisterna capaz de armazenar água da chuva para abastecer os moradores nos períodos de seca.

Apesar de ter muito trabalho pela frente, os números mostram bons resultados. Até 31 de julho deste ano, a contagem estava 351.140 estruturas instaladas. O objetivo final é beneficiar 5 milhões de pessoas com água potável, com a construção de um milhão de cisternas que, juntas, formam uma rede descentralizada de abastecimento (já que muitas casas nem chegam a ser abastecidas) com capacidade para 16 bilhões de litros de água.
As famílias beneficiadas devem ter residência permanente na zona rural, sem acesso ao sistema público de abastecimento de água e com renda de até meio salário mínimo por membro da família. Casas que tem crianças com até 6 anos, crianças e adolescentes que frequentam a escola, pessoas acima de 65 anos e portadores de necessidades especiais têm prioridade.

São estruturas de formato cilíndrico, cobertas e enterradas pela metade, com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água (suficiente para que uma família de 5 pessoas beba e cozinhe por um período de 6 a 8 meses). Com uma tecnologia de baixo custo, permite a captação da chuva por uma calha no telhado da casa, por onde escorre a água. Os moradores retiram a água da cisterna por meio de uma bomba de repuxo manual. O vídeo abaixo, produzido pela ASA, mostra como é o processo de construção das cisternas:
O P1MC já conquistou reconhecimentos como o Prêmio Direitos Humanos 2010, na categoria Enfrentamento à Pobreza, concedido pela Presidência da República, e o Prêmio Sementes, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Nenhum comentário:
Postar um comentário