sexta-feira, 7 de novembro de 2008

MINISTRO DA EDUCAÇÃO DEFENDE “FLEXIBILIZAÇÃO” DA FORMAÇÃO EM JORNALISMO



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O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse na quarta-feira (05/11) que a formação do jornalista precisa passar por uma “flexibilização”. Para o ministro, uma pessoa graduada em ciências sociais, por exemplo, poderia, com mais dois anos de formação, exercer a profissão de jornalista.

“A dupla graduação está se expandindo no Brasil. A tendência internacional é flexibilizar”, afirmou o ministro.
Haddad deixou claro – apesar de citar que outros países não contam com a obrigatoriedade do diploma e formam bons jornalistas – que não trabalha com a questão do diploma – atribuição do Ministério do Trabalho. Seu objetivo é definir o “perfil profissional” do jornalista. “Independentemente da obrigatoriedade, temos de ter bons cursos de jornalismo”, disse. Haddad também citou que pouco lhe é determinante a decisão do Supremo, sobre a obrigatoriedade do diploma.

“Estamos fazendo uma discussão sobre o perfil do profissional (de jornalismo) que queremos formar, inicialmente. Depois, promover a adequação dos currículos às novas diretrizes se forem decididas pelo Conselho Nacional de Educação”, disse Haddad.

Além do jornalismo, o ministro afirmou que cursos de pedagogia, medicina e direito também precisam passar por uma revisão em seus processos de graduação. “Essas áreas do conhecimento têm uma conexão direta com a questão democrática, a informação pública de qualidade (jornalismo), administração da Justiça (direito), saúde pública (medicina) e escola pública (pedagogia)”, afirmou o ministro.

Para Fenaj, curso de jornalismo deve ter quatro anos

Para o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo, a discussão sobre a qualidade da profissão de jornalista é bem-aceita por parte da organização. “Querem começar a discutir o jornalismo, são muito bem-vindos”, disse Sérgio Murillo.

O presidente da Fenaj disse, contudo, que os cursos de jornalismo devem permanecer com quatro anos. “Do contrário, é formar um jornalista pela metade”. Murillo vislumbra a possibilidade de que se reduzam as disciplinas já cursadas por formados em outras profissões, para facilitar o reingresso à faculdade. Mas não acredita que a “dupla graduação” possa ser exercida apenas para quem quiser fazer jornalismo. “Quais serão os cursos que o jornalista poderá fazer?”, pergunta. “Se a proposta do MEC for exclusiva para jornalistas, a Fenaj fará uma oposição ferrenha”, afirmou.

Sérgio Murillo acrescenta que, além do debate sobre a dupla graduação, o Ministério da Educação quer melhorar os cursos de jornalismo. “Nós somos a favor e queremos fazer parte de uma fiscalização rigorosa dos cursos”, disse o presidente da Fenaj.

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